Ao sertão cerrado de Minas Gerais. Poesia vencedora do Concurso de Poesia do VII Encontro do Bonito – Formosa (GO)
Cerrado é senhor velho
Profunda sabedoria
Lá resiste flor valente
Sempre-viva na estia
Veredas e chapadões
Sertão do Brasil Central
Céu do tamanho do mundo
Sem princípio, nem final
Morada de berço d’água
Clima seco, ora chuvoso
Foi lá que nos disse o Rosa:
O viver é perigoso
Quem diz que o Cerrado
É mata morta, sem feitio
Não conhece a sua cultura
Nem o povo que a pariu
Com calango e carcarás
De pé e em movimento
Se embrenha a sua gente
Na feitura do seu tempo
Benzedeiras, foliões
Divino e Reis vão louvar
O lundu e a curraleira
Só vai ver quem lá pisar
Buriti dá tudo um pouco
Dá sabor e proteção
Do pequi, único gosto
Do tingui se faz sabão
Caliandra, vendo tudo
Está sempre a brilhar
Barbatimão é remédio
Medicina popular
Tradição, cura do mato
Raizeira sabe usar
Vão das Almas, dos Buracos
Quilombo também tem lá
A essência dessas terras
É feita aboio de vaqueiro
Vem da alma desse povo
Cerratense, brasileiro.
Keyane Dias
agosto de 2014 – Taguatinga (DF)
Emocionante. A Nação cerratense agradece.
Agradeço também a visita, Romulo!!!
Arrebentou! Mostra isso pro seu avô.
É mesmo, Pai! Vou levar pra ele quando for lá! =)
Agradecida, Soniele.
Versos tão lindos quanto a beleza do cerrado! Parabéns pela vitória no concurso!!